segunda-feira, 23 de maio de 2011

O faz de conta, não me faz parte!!!







Será a idade, ou o mês de maio com suas tradições que vem com diversos convites de casamento a torto e a direito, que me faz assim passional????

De repente me surge uma vontade de me apaixonar, abandonar o conceito atual de que algumas coisas precisam ser realizadas e abraçar o sonho de menina, de véu e grinalda, filhos e um doce lar pra cuidar.

Mas confesso que até a admissão desse pensamento no auge desse tecnológico ano de dois mil e onze, me desce meio engasgado e foge rapidamente da mente.

Mas é lindo observar que ainda há uma crença: olhos apaixonados, piano, trompete, violino, pages e damas e um "sim - até que a morte nos separe".

Meu mundo real não é igual a nada disso, não por não querer, talvez por não ter força pra acreditar que tudo isso é possível....falo do mundo como um todo e não de mim.....

Parece até um momento exclusivo de um mundo paralelo.....

Ao redor,  na verdade a cada dia que passa fica mais difícil as pessoas aceitarem pra si mesmas que aquele outro ali, lhe despertou um desejo enorme de para sempre e, quando isso acontece, o outro desacredita tanto que joga fora uma das poucas possibilidades de tornar o "faz de conta", real.

Eu fico perdida em volta a tanta confusão mental, tanta fraqueza sentimental e tão pouca realidade.

"Eu te amo", substitui o simples "te adoro" com tamanha a facilidade que o "para sempre" se surpreende e deixa de existir.

Por enquanto, eu, prefiro o amor amigo, onde ainda se é capaz de assumir tal sentimento, abraçar, beijar em publico, andar de mãos dadas, enfrentar o preconceito e dizer a todos, em todas as vias publicas e sociais, que existe amor e que é para sempre. É um dos poucos sentimentos que irônica e verdadeiramente ainda respira, sorri, acredita, é cumplice, ultrapassa barreiras e se mantem....

Confesso ter medo de um dia isso também ser demais para a franqueza do ser humano.... e ai, o que seremos então???

Eu não tenho medo do amor, apenas o não o encontro no tamanho que me seria ideal, como se a definição que me fora ensinada tivesse fora da proporção padrão atual.

Hoje, me vejo obrigada a chamar meu sonho de menina de  "tolo momento passional" e continuar o dia a dia, cheio das minhas adaptações a sociedade que me obriga com enorme sutileza a não me envolver, não acreditar, não achar que caibo no momento, na pessoa ou na situação e que se em algum momento tudo parecer ser de verdade, que esta é a hora de desconfiar.... 

Ai vou seguindo, aliás, tenho tanto a fazer que realmente não da pra perder tempo com coisas de meninas, existe uma lista enorme de conquistas a carimbar, diplomas a tirar, pessoas a surpreender.... talvez em algum momento eu pare para me apaixonar, mas já aprendi também que devemos escolher com cuidado uma hora  certa pra isso e não nos distrairmos demais....

Parece amor pré moldado.

E a parte mais interessante de tudo, é que eu sempre digo que sou dona do meu próprio nariz.....engraçado, mas acho que só agora me dei conta que foi a ágil e voraz sociedade que determinou que este nariz, poderia ser meu, e não eu!

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