Acabei de receber a noticia que a mãe de uma amiga faleceu..... meio estagnada ainda não consigo formar palavras para apartar tamanho sofrimento.
Varios pensamentos desesperadores me causaram mal estar somente de pensar na perda....de me colocar no lugar de alguém nesta situação.
Imagino ser impossível não questionar a Deus... imagino ser impossível não desejar a morte...
E ai, ouve-se coisas como "é o ciclo da vida"...
Quer saber: ciclo da vida o "escambal" estou falando de amor, e cresci ouvindo que o amor é eterno, que jamais acaba, como compreender isso então frente a morte, que é o fim de tudo, que leva o amor embora, que o soterra?
Também pouco quero saber da vida após a morte se eu não terei a minima ligação com quem sou hoje e sequer apartará a dor do agora.
E o que continua?
Um coração dilacerado em meio as lembranças que ferem como foice e tiram a força do caminhar?
Ou o mundo prefere chamar de vida o rastejo a lugar algum e olhar ao vazio à propria alma?
Queres ironia maior? Absorva silenciosamente a frase: "Ela(e) não gostaria de te ver assim!!"
Certamente, mãe ou pai algum deseja ver o filho sofrer, mas desejariam muito menos ser o motivo do sofrimento, então pq permitir que pareçam ingratos carregando um pedaço de quem eles passaram a vida toda para manter inteiro, intacto??
Claro que todos esses pensamentos estão condicionados a minha suposição de particularidade e correspondem a uma pequena fração da dor de outrem, mas é somente o que sou capaz de dizer, simplesmente porque me faltaram palavras de consolo... não há consolo.
O que realmente cabe neste momento é o silêncio, a solidão... um tempo qualquer para uma revolta interna.
Deve-se permitir um momento para contradizer todas as regras de aceitação, todos os avisos de "silêncio" ou "não fale alto", tudo que impeça um coração de se mostrar partido.
Um dia, as coisas se ajeitarão, a voz rouca de dor retomará sua melodia, os pedaços juntar-se-ão, meio que desalinhados, desritmados...mas juntar-se-ão.
Os passos tornar-se-ão firmes, não por ter encontrado forças para caminhar, mas pelo costume de ir a luta independente do estado fisico, do estado emocional...
Mas enquanto a lembrança estiver em seu estado liquido, vertente e quente pelo rosto abaixo, PERMITA-SE O LUTO!!!
Oi Gi,
ResponderExcluirParabéns pelo Blog e pelas palavras se é que há coerência em parabenizar um protesto, um Luto. Enfim, infelizmente foi o primeiro Post que li e não há a menor possibilidade de não me apegar ao seus questionamentos. Impossível mensurar a dor da sua Amiga... Sendo assim, melhor parar de escrever e deixar o silêncio gritar........
Anderson - "Deso"
Curti, bonito, profundo e muito verdadeiro... é absurdo não querer expressar luto, e não existe tristeza mais profunda do que a perda de um ente querido... se suprimimos nossas emoções nos tornamos robôs, bonecos, fachadas, aparentemente perfeitos por fora mas ocos por dentro e acabamos por morrer junto da pessoa... o luto não é só sofrimento, eh tambem respeito pela memória de alguém que deixou sua marca, fez a diferença... enfim, gostei do texto e falei demais... meus pesames para sua amiga
ResponderExcluirÉ meninos, obrigada pelos comentários.
ResponderExcluirEu estou gostando dessa parte de expor meus pensamentos e este em especial, saiu realmente como grito de dentro pra fora.
Valeu!!
bjs
Obrigada Gigi...
ResponderExcluirPelas palavras, pela amizade, por tudo...
É mesmo um momento muito complicado..
Achei lindo e reconfortante ao mesmo tempo..
Bjos..
Co.
Como não tenho a facilidade de expressar o pensamento através da escrita, como você, resumiria a dor da perda de um ente querido a uma parte da música "HÁ TEMPOS" do Legião Urbana: (...) " Disseste que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira"
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